RÁDIO CLÁSSICOS SERTANEJOS by streaminghd.net.br

Rádio Clássicos Sertanejos by Streaming HD BRÁudio

Peão Carreiro e Sampaio - Inédito



01 O Amor Não Morre


02 Viagra Ne Mim

03 Virginiano
04 Chapeuzinho Vermelho
05 Larga Do Meu Pé
06 Sem Roupa
07 Golpe Baixo
08 Garanhão Da Zona
09 Mulher Nota Mil
10 Filho De Deus
11 Toque De Amor
12 Coitado Do Meu Vizinho
13 Dançando Com A Chiquinha
14 Boia Fria
15 De Corpo e Alma


Trio Pérola Do Pontal - Saudades Dos Velhos Tempos



01 Saudade Dos Velhos Tempos


02 Vem Menina
03 Bebendo Pra Esquecer
04 Voltei
05 Segura Esta Paixão
06 Não Me Fale Em Despedida
07 Mulher De Dois Corações
08 Mulher Ingrata
09 Sofrendo Desesperado
10 Dias De Saudades
11 Meu Fracasso


Chrystian e Ralf - Quebradas Da Noite


 

1-Quebradas da noite
2-Boiada
3-Despertar nativo
4-A lenda do caipora
5-Casa da esquina
6-Berrante de Madalena
7-Pagode em Brasilia
8-Poeira
9-O futuro é uma incerteza
10-Peão da cidade
11-O drama de um boiadeiro
12-Gamei por você

Baixar CD - Almir Rogério - Seleção de Ouro ( 20 Sucessos )




01 FUSCAO PRETO
02 CAPIM GORDURA
03 MODA DA PINGA
04 MINHA ULTIMA ORACAO
05 A ULTIMA NOITE (LA ULTIMA NOCHE)
06 MENINA TRISTE DA PRAIA
07 O ERRANTE
08 MULA PRETA
09 MALVADA
10 ENAMORADO (ELAVORARE)
11 ESTOU CHORANDO
12 MENTIROSA
13 CINTURA FINA
14 TRISTE
15 O FUMO
16 TREM DE FERRO
17 VESTIDO DE SEDA
18 BARBARIDADE
19 NO TOCA FITA DO MEU CARRO
20 SOZINHO

Milionário e José Rico



As Gargantas de Ouro

Conhecidos com a alcunha de "As gargantas de Ouro do Brasil", contam com 28 discos gravados desde 1973, e dois filmes, Na Estrada da Vida, de 1980, e "Sonhei com você", de 1989.

A música lendária

A música Estrada da Vida, de autoria de José Rico em 1978, tornou-se lendária, entitulando até o filme, onde Milionário e José Rico atuam, interpretando eles próprios. A simpatia de Jose Rico pelos mais variados estilos musicais como a gaúcha, mexicana, paraguaia e cigana dotou essa dupla de um estilo caracteristico e inconfundível. O uso de instrumentos como harpas, trompetes e em especial o acordeon, demonstraram esta miscigenação e riqueza musical.

Milionário

Romeu Januário de Matos, o Milionário, nasceu em Monte Santo, estado de Minas Gerais, no dia 04/01/1940, contando hoje com 69 anos. Foi pedreiro, garçom e pintor de parede e encontrou inspiração musical em sua mãe, observando-a cantar. Aprendendeu musica "de ouvido", sem ter estudado em conservatório musical.

José Rico

José Alves dos Santos, o José Rico, nasceu em São José do Belmonte, estado de Pernambuco no dia 29/06/1946, contando hoje com 62 anos. Por ter sido criado na cidade de Terra Rica, no estado do Paraná desde os dois anos de idade, acabou adotando, e registrando em Cartório, o nome José Rico Alves dos Santos, em alusão à cidade paranaense onde viveu sua infância. O apelido foi inventado por um padre, ainda durante a infância de José Rico.

O sonho, em São Paulo

Em 1970, coincidentemente Romeu e José foram para a cidade de São Paulo, capital do estado de São Paulo, para tentarem sucesso em suas respectivas carreiras de cantores. Coincidentemente também, os dois foram hospedar-se no Hotel Rio Preto, conhecido como "Hotel dos Artistas", onde artistas anônimos ficavam hospedados em busca da realização de um sonho, e se apresentavam em locais como circos para irem sobrevivendo até que a sorte os ajudasse a tornarem-se profissionais.

O primeiro encontro

E não deu outra, em 1970, quando os dois se encontraram, no Hotel, ao serem apresentados, José Rico dizendo seu nome a Romeu, pois já tinha o apelido de José Rico, Romeu disse a ele "se você é o José Rico, pode me chamar de Milionário", em alusão ao "carnê milionário" do Baú da Felicidade do grupo Silvio Santos. A partir daquele momento, o destino já havia preparado o que todos iriam conhecer a partir de 1973.

A formação da dupla

O filme Na Estrada da Vida relata que assim que se conheceram já foram chamados para apresentarem-se em um circo. Foi o início da vitoriosa trajetória de Milionário e José Rico.

O primeiro LP

A dupla gravou, em 1973, seu primeiro LP, pela Continental/Chantecler, com destaque para as músicas "Inversão de Valores" (Prado Júnior - João Armando Perrupato), "De Longe Também Se Ama" (José Rico - Jair Silva Cabral), "Paraná Querido" (Paulinho Gama - Goiá) e "Coração de Pedra" (Belmiro).

Aparecida, a Chefe

No filme Na Estrada da Vida, há um relato interessante. A dupla foi até o Santuário de Aparecida, e, ao entrarem na Igreja, pediram para que a Santa se tornasse a "Chefe", para que a "Padroeira do Brasil" fizesse com que as pessoas compreendessem a música da dupla, que falava de amor, natureza, do povo, e como eles não tinham nada para oferecer à Santa, deixaram um disco no altar como presente. O Padre, ao deparar-se com o disco, imaginou que, quem o tinha deixado na Igreja não precisava de nada, pois não havia nem um bilhete com pedido à Santa, e um garoto que acompanhava o Padre disse que a dupla deveria ser podre de rica, a julgar pelo nome, então o Sacerdote mandou entregar o disco na rádio de Aparecida para que os programadores vissem se o mesmo poderia ser aproveitado. O locutor, ao ouvir, gostou e resolveu tocar o disco, e então os ouvintes começaram a escrever para a rádio para que tocasse o disco. A partir desse momento, Nossa Senhora Aparecida já era a "Chefe" da dupla, que começou a emplacar um sucesso atrás do outro, gravando um disco atrás do outro, tornando-se a dupla que o Brasil conhece tanto.

O volume 2

No entanto, após o sucesso alcançado com o primeiro LP, Milionário e José Rico já haviam sido contratados pela Continental/Chantecler, gravadora que acabou sendo responsável pela quase totalidade dos discos da dupla. E em 1975, gravaram o Volume 2, intitulado "Ilusão Perdida" que é, por sinal, o disco preferido do Milionário! Destaque para "Ilusão Perdida" (Milionário - José Rico) e "Dê Amor Para Quem Te Ama" (José Rico - Peão Carreiro).

Vieram depois, o Volume 3, intitulado "Livro Da Vida", em 1976, e o Volume 4, com o título de "As Gargantas De Ouro Do Brasil", em 1977, e o sucesso da dupla cada vez era maior. E ainda no mesmo ano de 1977, eles conheceram a consagração definitiva, com o estrondoso sucesso da Canção Rancheira "Estrada da Vida", de autoria do próprio José Rico, que foi faixa-título do LP Volume 5 (capa do LP acima e à direita), e é sem dúvida, o maior sucesso da dupla.


Estrada da vida - o filme

A música "Estrada da Vida" proporcionou a venda de mais de dois milhões de cópias e originou o roteiro do filme Na Estrada da Vida, baseado na própria vida dos integrantes da dupla e dirigido por Nelson Pereira dos Santos, onde Milionário e José Rico interpretam eles próprios.

Com sucesso enorme em todo o Brasil, o filme Na Estrada da Vida conquistou o primeiro lugar no Festival Internacional de Filmes de Brasília e foi vendido para diversos países, inclusive a China. Milionário e José Rico foram convidados pelo Governo Chinês a se apresentarem naquele país no ano de 1985, uma excursão que durou um mês, num Intercâmbio Cultural, no qual a dupla foi mostrar sua música para o "outro lado do mundo".

Milionário & José Rico foi a primeira dupla brasileira que visitou esse país!

Outro filme

Em 1987, Milionário e José Rico estrelaram outro filme, "Sonhei Com Você".

Sucesso contínuo

A dupla prosseguia com sucesso cada vez maior, com a excelente voz grave do Milionário e os falsetes e vibratos naturais do José Rico e também com suas vestimentas peculiares: Milionário com seu chapelão de cowboy e camisa aberta deixando aparecer as correntes de ouro, enquanto José Rico com sua característica barba e cabeleira, além dos óculos escuros, anéis e crucifixos! E pensar que, para Brás Biaggio Baccarin (grande incentivador da dupla e que os manteve na Chantecler, apesar dos protestos da gravadora), o único problema da dupla estaria nos nomes: "... se a dupla fizesse sucesso, eles cairiam bem; do contrário, ficariam ridículos, seria uma gozação danada...".

A separação

Em 1991, após a gravação do LP Volume 20, intitulado "Vontade Dividida", ocorreu a separação da dupla por um período de três anos. Cansados da rotina, da seqüência de shows e da carreira de um modo geral, eles desfizeram a dupla e cada um decidiu tocar sua vida. Milionário formou dupla com o Mathias (da dupla Matogrosso & Mathias), emplacando o sucesso "na segunda feira a noite", e também gravou um LP com o Robertinho (da dupla Léo Canhoto e Robertinho).

José Rico, por sua vez, chegou a tentar carreira solo, grando dois disco, mas o destino novamente os colocou frente a frente.

O retorno

Em 1994, Milionário e José Rico uniram novamente as suas vozes e gravaram o LP Volume 21, com o título "Nasci Para Te Amar", o qual foi também lançado simultaneamente em CD, o primeiro da dupla. Nesse disco a dupla gravou uma música de autoria José Rico em homenagem ao inesquecível Ayrton Senna, que havia falecido tragicamente naquele ano.

Lourenço e Lourival



A História da dupla Lourenço e Lourival


Nascidos na região de Ribeirão Preto, os irmãos Arlindo (Lourenço) e Antônio (Lourival) tiveram uma infância humilde. Filhos de lavradores, trabalharam na lavoura desde pequenos, mas já sonhavam com a vida artística. Nas horas vagas, a imaginação transformava as enxadas em violas e latinhas velhas em microfones.

Aos 14 anos começaram a cantar na Rádio 79, em Ribeirão Preto, no programa "Festinha na Roça" do Compadre Barbosa, componente da dupla Barreiro e Barroso.

Aos 15 anos mudaram-se para São Paulo, onde começaram a trabalhar na Rádio América. Foram contratados pela gravadora Continental, ainda com o sêlo Chantecler, onde gravaram 2 discos de 78 rotações e posteriormente seu 1º LP.

Pouco tempo depois foram para a Rádio Bandeirantes, no programa Serra da Mantiqueira e, logo após, para a Rádio Nacional, onde tiveram como companheiros de trabalho nomes como Tião Carreiro e Pardinho, Abel e Caím, Zé Fortuna, entre outros.

Em 74 foram trabalhar no programa Linha Sertaneja Classe A, na Rádio Record, juntamente com Zé Bétio e José Russo, onde permaneceram durante 16 anos. Lá receberam o título carinhoso de "as vozes de cristal".

Lançaram mais 30 LPs pela gravadora Chantecler, trabalhos remasterizados e disponíveis atualmente em CDs, e 15 títulos pela gravadora RGE.

Contratados desde 2004 pela Gravadora Alegreto, já lançaram mais 3 CDs e alguns DVDs em parceria com outras duplas. O projeto do 1° DVD da dupla já está em andamento e em breve os fãs poderão conferir este novo trabalho.

Queridos e respeitados pelos fãs de todo Brasil e até do exterior, como Estados Unidos, Japão e Mercosul, não param de viajar, mantendo viva a verdadeira música raiz brasileira.

O pouco tempo livre da dupla é dedicado às suas famílias e outras atividades paralelas em sua cidade natal, onde fazem questão de permanecer cultivando suas raízes. Como reconhecimento destes trabalhos, foram presenteados em 1997 com o título de "Cidadãos Ribeirãopretanos".

A humildade e simpatia são marcas registradas destes irmãos, que fazem questão de receber seus fãs e amigos, conquistados ao longo destes 45 anos de muito trabalho.

Almir Sater




Almir Eduardo Melke Sater nasceu em Campo Grande, MS, em 14 de novembro de 1956. Desde os 12 anos tocava violão. Com 20 anos, saiu da cidade natal e foi estudar direito no Rio de Janeiro. Pouco habituado com a vida da cidade grande, passava horas sozinho, tocando violão. Um dia, no largo do Machado, encantou-se com o som de uma viola tocada por uma dupla mineira. Desistiu da carreira de advogado e logo descobriu Tião Carreiro, violeiro que foi seu mestre.

Voltou para Campo Grande e formou com um amigo a dupla Lupe e Lampião, em que era o Lupe. Em 1979 resolveu tentar a sorte em São Paulo SP, onde conheceu a conterrânea Tetê Espíndola, na época líder do grupo Lírio Selvagem. Fez alguns shows com o grupo, depois passou a acompanhar a cantora Diana Pequeno. Mais tarde, com o projeto Vozes & Violão, apresentou-se em teatros paulistanos, mostrando suas composições. Convidado pela gravadora Continental, gravou seu primeiro disco, Almir Sater, em 1981, álbum que contou com a participação de Tião Carreiro. Seu segundo disco, Doma (1982, RGE), marcou seu encontro com o parceiro Paulo Simões. Em 1984 formou a Comitiva Esperança, que durante três meses percorreu mais de mil quilômetros da região do Pantanal, pesquisando os costumes e a musica do povo mato-grossense. O trabalho teve como resultados um filme de média-metragem, lançado em 1985, e o elogiado Almir Sater instrumental (1985, Som da Gente), que misturava gêneros regionais - cururus, maxixes, chamamés, arrasta-pés - com sonoridades urbanas, num trabalho eclético e inovador. Em 1986 lançou Cria, pela gravadora 3M, inaugurando parceria com Renato Teixeira, com quem compôs, entre outras, Trem de lata e Missões naturais. Em 1989 abriu o Free Jazz Festival, no Rio de Janeiro, depois viajou para Nashville, nos EUA, onde gravou o disco Rasta bonito (1989, Continental), encontro da viola caipira com o banjo norte-americano.

Convidado para trabalhar na novela Pantanal, da TV Manchete, projetou-se nacionalmente no papel de Trindade, enquanto composições suas como Comitiva Esperança (cantada em dupla com Sérgio Reis) e Um violeiro (gravada por Renato Teixeira) estouravam nas paradas de sucesso. Em 1990-1991 participou da novela A historia de Ana Raio e Zé Trovão, também da TV Manchete, mas em seguida se afastou da televisão, pois as gravações não lhe deixavam tempo para a música. Gravou ainda Instrumental II (1990, Eldorado), Almir Sater ao vivo (1992, Sony), Terra dos sonhos (1994, Velas) e Caminhos me levem (1997, Som Livre), além de diversas coletâneas. Voltou a TV em 1996, obtendo grande êxito como o Pirilampo da novela O Rei do Gado, da TV Globo.

Sérgio Reis



Sérgio Reis, batizado Sérgio Bavini, nasceu em São Paulo em 23 de junho de 1940, no bairro de Santana. O cantor e compositor sertanejo começou sua carreira com sucessos da Jovem Guarda, como a autoral "Coração de Papel".


Em 1972, Reis gravou seu primeiro disco de música sertaneja com a canção "Menino da Gaita". Seguiram-se os sucessos "Menino da Porteira", "Adeus Mariana", "Disco Voador", "Panela Velha", "Filho Adotivo", "Pinga ni Mim" e várias outras canções. O disco "O Melhor de Sérgio Reis", lançado em 1981, vendeu mais de um milhão de cópias.


Como ator, trabalhou em algumas novelas, como "Pantanal" e "A História de Ana Raio e Zé Trovão", na extinta TV Manchete, e "Paraíso" e "O Rei do Gado", na Globo. Em "O Rei do Gado",o personagem de Sérgio formava a dupla sertaneja Pirilampo & Saracura com o personagem de Almir Sater, tendo gravado, inclusive, músicas para a trilha sonora.


No ano de 2003, Sérgio Reis gravou seu primeiro DVD, "Sérgio Reis e Filhos - Violas e Violeiros", e como o próprio título diz, ele teve seus filhos como músicos na apresentação. Em março de 2009, Reis também foi homenageado com a refilmagem do longa "O Menino da Porteira", protagonizada agora pelo cantor sertanejo Daniel, no papel do boiadeiro "Diogo". Em agosto do mesmo ano, a gravadora Som Livre lançou uma coletânea de Sérgio Reis comemorando seus 50 anos de carreira, "Cantando o Brasil", com quatro volumes trazendo os melhores e mais marcantes sucessos da carreira do músico.


Recentemente, Serjão recebeu sua sexta indicação para o Grammy Latino, a maior premiação de música da América Latina. E não deu outra: em novembro, o cantor levou mais uma estatueta para casa na categoria "Melhor Álbum de Música Sertaneja", com o disco "Coração Estradeiro" (o primeiro prêmio veio em 2000). E vale lembrar: Sérgio Reis é o artista brasileiro que mais vezes foi indicado ao prêmio. "Estou surpreso e emocionadopor mais uma estatueta de um prêmio de tamanha importância, como é o Grammy."

Também a pouco tempo, Sérgio Reis gravou o CD e DVD "Amizade Sincera", em parceria com o amigo Renato Teixeira, que foi lançado pela Som Livre em agosto de 2010. O projeto contou com a participação de seu filho Paulo e dos filhos de Renato, João e Chico, formando uma família só de músicos. Em pouco tempo, o DVD atingiu marca superior a 25 mil cópias vendidas e ganhou disco de ouro, permanecendo entre os dez produtos mais vendidos nas maiores lojas do país por semanas consecutivas.

MILTINHO RODRIGUES

Miltinho Rodrigues
Miltinho Rodrigues (Hilton Rodrigues dos Santos), cantor e compositor, nasceu em Goiânia, GO, em 2/5/1941. Desde criança gostava de cantar e aos 17 anos assinou seu primeiro contrato com a Rádio Nacional, de Brasília DF, onde apresentava um repertório romântico que incluia músicas em castelhano.
Mais tarde, foi a São Paulo SP e conheceu Tibagi (Oscar Rosa), que acabara de desfazer sua dupla com Zé Mariano e estava procurando outro parceiro. Formou, então, dupla com Tibagi, gravando várias músicas sertanejas.
Passou depois a cantar sozinho, lançando discos de sucesso pela Chantecler, em 1967, destacando-se Ébrio de amor (Palmeira e Ramoncito Gomes), Prisioneiro do amor e Você não apareceu, estas duas de sua autoria.
No ano seguinte gravou, também pela Chantecler, versões e composições estrangeiras, além dos êxitos Confissão de amor (Luciano e Ademar Garcia), Entre lágrimas (com Bolinha), Fica mais um pouco (com Noel Costa) e Quem será (Evaldo Gouveia e Jair Amorim).
Em 1972, na Continental, lançou um LP que incluía os sucessos Tentação, com Piquerobi (Madalena Maria Pires), Sagrado amor (Roberto Stanganelli e Francisco Barreto), Por que será? (com Milton Yamada) e Destino fere e às vezes mata (com Benedito Seviero). No ano seguinte, novamente na Chantecler, gravou novo LP, destacando-se Prisioneiro do amor,Quando o sol raiar e Você (todas de sua autoria), além de Garota triste (com Orlando Gomes).
Em 1974 lançou pela Cartaz outro LP, com, entre outros, os sucessos Para o que der e vierTodinha para mim (ambas de Roberto Stanganelli e Francisco Barreto), gravando, no ano seguinte, pela Califórnia, dois LPs, destacando-se de sua autoria O grande milagre e Amor, saudade e tristeza (com Argonauta), além de Fortuna dos namorados (César França e José Maria).
De 1976 a 1978 afastou-se da vida artística, trabalhando em Goiânia como publicitário. Em 1979, em Franca SP, foi convidado para viajar com o Trio Parada Dura, apresentando-se em circos, feiras e teatros.
Integrante da equipe de produção da gravadora Chantecler desde o início da década de 1980, em 1981 voltou a apresentar-se em vários Estados e lançou um novo disco. Seus maiores sucessos incluem, além dos já citados, Pombinha brancaMeu martírio e Roda gigante.
Fonte: Enciclopédia da Música Brasileira – Art Editora.

João Pacífico



João Baptista da Silva (Cordeirópolis,5 de Agosto de 1909 - Guararema, 30 de Dezembro de 1998), mais conhecido pelo apelido João Pacífico, foi um compositor de música caipira , autor de Cabocla Tereza

Nasceu no Núcleo Colonial de Cascalho, antiga fazenda Cascalho, zona rural de Cordeiro, hoje Cordeirópolis. Filho de José Batista da Silva, maquinista de trem da Paulista e de Domingas, ajudante de cozinha) da Fazenda Ibicaba, do Cel. Levy. Sua vida no campo foi curta, mudando-se para a cidade aos sete anos de idade. Revelou seu talento artístico já em criança, quando era comum vê-lo declamar poesias timidamente e cantar para colegas e professores.

Convidada para ser cozinheira na casa de um coletor, em Limeira, dona Domingas levou o filho, que foi ser estafeta na coletoria. Certo dia chegou à cidade uma companhia de teatro de revista. Como não tirava os olhos do instrumento, o baterista que era argentino, foi conversar com ele. Depois de muito insistir, acabou tendo algumas lições com o musico. Sua dedicação era tanta que logo foi tocar em uma banda que se apresentava no cinema local, durante exibição de filmes mudos. Alem da música outra paixão do menino João era escrever versos onde revelava sua alma cabocla.

Mudou-se para Campinas em 1919, quando sua mãe, foi trabalhar na casa de Ana Gomes, irmã do maestro Carlos Gomes, e ai passou a ter mais contato com os músicos da cidade grande. Em 1923 o jovem baterista entrou para a Orquestra Sinfônica de Campinas chegando a tocar a abertura de “O Guarani” de Carlos Gomes, no Teatro Dom Bosco. Em homenagem a Campinas, escreveu o poema “Cidade de Campinas”, musicado mais tarde por Raul Torres. Seu primeiro emprego foi “ajudante de lava pratos no carro-restaurante da Cia Paulista de Estradas de Ferro, onde seu pai era maquinista.

Em 1924, aos 15 anos, foi para São Paulo, onde chegou no meio de uma Revolução. Foi trabalhar como estafeta em uma fábrica de tecidos. Em 1929, voltou para Campinas indo trabalhar como copeiro na casa do bispo da cidade, Dom Francisco de Barros Barreto.

O amigo Bimbim, filho do dono da Rádio Educadora de Campinas, levou-o um dia para cantar e declamar naquela rádio onde acabou sendo contratado e tornou-se presença constante na emissora ao lado dos violinistas João Nogueira e José Figueiredo. Logo depois voltou a trabalhar no trem e num belo dia o cozinheiro lhe disse para fazer um verso que ele entregaria ao escritor e poeta modernista Guilherme de Almeida, que estava a bordo, em viagem ao interior. O poeta leu e gostou, em seguida mandou entregar um cartão de visitas ao jovem João e o mandou procurá-lo na Rádio Cruzeiro do Sul, em São Paulo, onde era diretor.

Tião Carreiro


Tião Carreiro permanece vivo na memória dos fãs e agora em sites da internet.

Em 2004, deu-se destaque ao aniversário de vida e de morte de várias estrelas da música popular brasileira. Longe da grande mídia, porém, o meio sertanejo reverenciou sem grande alarde, mas com muita cantoria e respeito, a memória de seu ídolo maior: o violeiro Tião Carreiro. Este é o nome pelo qual ganhou fama José Dias Nunes, que completaria 70 anos em 13 de dezembro de 2004, não fossem as complicações provocadas por uma diabetes que silenciou seus ponteados em 15 de outubro de 1993. Desde então, milhões de fãs pelo Brasil afora aliviam as saudades ouvindo e tocando as centenas de músicas gravadas por ele em 27 discos 78 rpm (9 com Carreirinho e18 com Pardinho) e 41 LPs, que foram remasterizados em 41 CDs (33 com Pardinho, um com Carreirinho, quatro com Paraíso, dois discos solo e um com Praiano), além de 15 compilações em LP lançadas entre uma e outra gravações originais, compactos simples e duplos.

Tião Carreiro estreou em disco em novembro de 1956 (um bolachão de 78rpm que trazia "Boiadeiro Punho de Aço", no lado A, e "Cavaleiros de Bom Jesus", no B) ao lado de Pardinho, ex-trabalhador braçal e cantor de horas vagas que ele conheceu no circo Rapa Rapa, na cidade de Pirajuí (SP). No início, adotava ainda o nome de Zé Mineiro, passando a seguir para João Carreiro. O batismo definitivo veio por sugestão de Teddy Vieira, então diretor da RCA Victor e parceiro de Tião em alguns dos principais sucessos da dupla. Antes de conhecer Antonio Henrique de Lima, o Pardinho, Tião já havia cantado usando os nomes de Zezinho, junto a Lenço Verde, e de Palmeirinha, primeiro com Coqueirinho e depois com Tietezinho. O novo nome caiu como luva também para a breve dobradinha formada entre Tião e Carreirinho, que registrou nove 78rpm e um LP.
Violeiro intuitivo, Tião Carreiro jamais freqüentou escola de música. Foi autodidata também na escrita, ao ponto de criar letras com cheiro de terra e mato para várias músicas de seu vasto repertório. Não bastasse isso, também soube se cercar de poetas com "P" maiúsculo, do porte de Lourival dos Santos, Moacir dos Santos - que, apesar do sobrenome comum, não tinham nenhum parentesco -, Dino Franco e do próprio Teddy Vieira.

Mas fosse qual fosse o nome que adotasse, o destino de Tião parecia mesmo estar traçado nos braços da viola. Sobretudo depois que ele criou o pagode caipira, definido pelo cantador e produtor mineiro Teo Azevedo como uma feliz junção do coco nordestino com o calango de roda. Ambas as levadas, vale lembrar, eram e ainda são bastante praticadas na região em que Tião e o próprio Teo nasceram, quase na divisa com a Bahia. Há ainda quem perceba no pagode certo parentesco com a catira, só quem sem o pandeiro, o reco-reco e os temperos percussivos típicos desta outra levada violeira.
O novo ritmo surgiu em março de 1959, embora seu primeiro registro em disco tenha se dado no ano seguinte, com "Pagode em Brasília" (Teddy Vieira e Lourival dos Santos). Para termos de comparação, o sucesso gravado por Tião Carreiro e Pardinho, em homenagem à recém-inaugurada Capital federal, está para o pagode de viola assim como "Chega de Saudade" (Tom Jobim e Vinícius de Moraes), lançado dois anos antes por João Gilberto, está para a bossa nova. Em ambos o diferencial era dado pelas batidas inventadas por músicos virtuosos. No caso de Tião, também acabou pesando a favor o fato de ele compor e cantar magistralmente, como deixam ver (e ouvir) clássicos como "Amargurado" (com Dino Franco), "Rio de Lágrimas" (com Piraci e Lourival dos Santos), "Cabelo Loiro" (com Zé Bonito) e tantos outros. Não desmerecendo os demais parceiros de Tião, sua segundona grave soava sob medida para a primeira voz refinada de Pardinho. E, mesmo com a morte do violeiro, o pagode continua na ordem do dia para uma legião de seguidores espalhados pelo Brasil, que tem entre seus principais expoentes o músico sul-mato-grossense Almir Sater.
História
Quarto filho de uma prole de sete crianças, Tião Carreiro não teve na infância os brinquedos industrializados e caros que eram vistos nas mãos dos filhos dos coronéis de Monte Azul, na região de Montes Claros, no Vale do Jequitinhonha (MG), onde nasceu e passou os primeiros anos de vida. Mas desde cedo chamava a atenção nele a aptidão para inventar seus próprios brinquedos. Notadamente alguns que já permitiam vislumbrar toda a musicalidade adormecida em seu íntimo. Esticar o elástico reciclado do cano de botinas velhas ao longo de pedaços de madeira, e passar horas a fio tentando decifrar o som que produziam sob seus dedos, era um dos passatempos do mais célebre filho do casal de lavradores Orcissio Dias Nunes e Júlia Alves das Neves.

A seca e a falta de perspectivas no Vale do Jequitinhonha fizeram, porém, com que a família deixasse a região, a bordo de um caminhão pau-de-arara, quando Tião tinha apenas 10 anos, rumo a São Paulo. Tiveram de fazer antes uma parada forçada de três dias em Montes Claros, até que um juiz de menores autorizasse a viagem das crianças, que não tinham sequer certidões de nascimento. Em Paulópolis e Oriente, as primeiras escalas em São Paulo, ficaram pouco: devido à morte de seu Orcissio, mudaram-se logo para Flórida Paulista e depois para Valparaíso. Foi lá que Tião, aos 16 anos, decidiu trocar o cabo da enxada pelo braço da viola. Como tinha de ajudar no sustento da família, intercalava o novo ofício a outras funções, como a de garçom no restaurante de um hotel da cidade, onde ele costumava encantar a clientela dedilhando ao violão sambas e músicas populares da época. Após se apresentar no programa "Assim Canta o Sertão", de uma rádio local, engatilhou parceria com um amigo chamado Valdomiro, adotando o nome de Zezinho e Lenço Verde. Outra cidade fundamental para a formação musical e a vida de Tião foi Araçatuba. Foi lá que ele passou parte da juventude e conheceu Nair Avanço, durante as festas juninas de 1953, casando-se com ela 14 meses depois. O sucesso como artista, porém, só viria com força anos mais tarde ao lado de Pardinho, com quem formou a dupla que ficaria perpetuada como "Os Reis do Pagode".

Mais detalhes sobre vida, carreira e obra de Tião Carreiro podem ser acessados no site tiaocarreiro.com.br, criado recentemente a partir do acervo mantido por Nair e Alex Marli Dias, filha única do casal.
(Texto : Donizete Costa)
Ao Mestre

Com o nome de José Dias Nunes foi batizado e como Tião Carreiro ficou consagrado.

Natural de Montes Claros, norte de Minas Gerais, nasceu em 13 de dezembro de 1934.

Filho dos lavradores, seu pai Orcissio Dias Nunes e sua mãe Júlia Alves da Neves, tiveram 7 filhos, quatro homens, Cumercindo, Guilhermino, Jóse Dias Nunes e Valdomiro e três mulheres, Ilda, Maria e Santina.

Neto de Ricardo e Maria por parte do pai e de José Alves e Porcidonia por parte da mãe.

O quarto a nascer de um total de sete filhos: - Cumercindo, Ilda, Guilhermino, José Dias, Maria, Santina e Valdomiro - exatamente nesta ordem.

Até os 10 anos de idade morou no norte de Minas Gerais nas regiões de Montes Claros, Monte Azul, Pajeú, Rebentão e Catuti.

Seu irmão, Guilhermino, morreu ainda menino vítima de um sarampo recolhido.

Levando uma vida humilde, conseqüência da falta de emprego gerada pela seca que assolava aquela região e com a esperança de um futuro melhor a família de José Dias resolve tentar a vida em São Paulo.

Saíram da região de origem num caminhão tipo pau-de-arara e seguiram rumo a Montes Claros onde embarcariam no trem com destino ao interior do Estado de São Paulo. As crianças não possuíam registro de nascimento e por este motivo a família teve que aguardar 3 dias para obter do juizado de menores uma autorização para prosseguirem.

Obtida a autorização seguiram viagem até Paulópolis/SP onde permaneceram por pouco tempo pois seu pai veio a falecer.

A avó materna de José Dias, Dona Porcidonia, morava em Flórida Paulista e foi para lá que se mudaram nesta época.

Algum tempo depois foram tocar roça em Valparaíso/SP.

O pai, quando morreu, deixou-lhe a primeira viola. Uma herança que o garoto saberia como ninguém valorizar. Seus dotes de músico já eram notados, aos oito anos de idade dedilhava no braço da enxada e com elástico nos dedos tentava tirar sons musicais.

O menino da viola nunca foi à escola, mas tinha sonho de ler e escrever. Começou então folheando jornais velhos. E foi dessa forma que José Dias, juntando as letras, se alfabetizou. Da mesma maneira aprendeu a tocar, ou seja, sozinho, observando e juntando acordes e notas.

Aos 16 anos tomou a decisão que marcaria sua vida. Já apaixonado pela música decide deixar o trabalho no campo e se arriscar em outro mundo, em nova profissão. Que sorte a nossa! O Brasil ganharia um dos músicos sertanejos mais importantes que revolucionaria e influenciaria gerações.

José Dias trabalhava como garçom no restaurante do Hotel do Manoel Padeiro, onde, nas horas vagas, cantava músicas populares e sambas da época. Aos domingos participava do programa “Assim canta o sertão”, da rádio transmissora de Valparaíso/SP.

Formou dupla com o amigo Valdomiro e se apresentavam no circo Giglio com os nomes de Zezinho e Lenço Verde.

Formou outras duplas com os nomes de Palmeirinha e Coqueirinho, Palmeirinha e Tietêzinho, Zé Mineiro e Tietêzinho.

O proprietário do circo onde ele tocava naquela época comentou que dupla de violeiros tinha que tocar viola, e ele tocava violão. No mesmo ano, na cidade de Araçatuba/SP, apresentaram-se - Tonico e Tinoco, a dupla Coração do Brasil. Tonico deixou a viola no circo e foi para o hotel descansar, José Dias pegou a viola e decorou a afinação.

Logo em seguida ganhou uma violinha de presente pintada à mão pelo pintor Romeu de Araçatuba. E a partir daí, inspirando-se num dos melhores violeiros da época: Florêncio, da dupla Torres e Florêncio foi seguindo em frente, trilhando seu caminho.

Conheceu Dona Nair Avanço em Araçatuba numa festa junina no ano de 1953, namoraram 14 meses e se casaram.

Tiveram uma única filha, Alex Marli Dias, hoje casada com Gilberto Rodrigues da Silva e mãe de Renan Rodrigues da Silva, com 10 anos, o único neto de Tião Carreiro.

José Dias conheceu Pardinho, seu principal companheiro, no circo Rapa Rapa na cidade de Pirajuí/SP. Pardinho era ajudante braçal e cantava nas horas de folga. Passaram a cantar juntos com os nomes de Zé Mineiro e Pardinho, depois de dois anos a convite de Carreirinho mudam-se para São Paulo. Era Maio de 1956 e sua única filha Alex Marli acabara de nascer.

Já em São Paulo conhecem Palmeira que os apresenta a Teddy Vieira, diretor sertanejo da RCA Victor, gravadora de grande projeção na época.

Teddy os leva a gravadora Colúmbia e batiza José Dias de Tião Carreiro.

Ele não simpatizou com o nome de imediato, mas acabou concordando.

Começa então a história de Tião Carreiro.

Gravam o primeiro disco, um 78 rpm, lançado em novembro de 1956. As músicas eram “Boiadeiro punho de aço”, moda de viola e “Cavaleiros do Bom Jesus”, um cururu, ambas composições do padrinho Teddy Vieira.

Após o primeiro registro, Tião dá um tempo na parceria com Pardinho e forma dupla com Carreirinho. Foi uma época de grande produção. Em março de 1959 nasce um novo ritmo – o pagode-de-viola. Tião percebeu que naquele recortado mineiro que havia gravado misturado a outras batidas , a viola assumia um papel importante, e que havia encontrado algo realmente novo.

Tião Carreiro e Pardinho, novamente juntos, gravam pela primeira vez “Pagode em Brasília”, música de Teddy Vieira e Lourival do Santos. Uma homenagem à nova capital do país. A composição fazia parte de um disco 78 rpm, do selo Sertanejo, lançado com grande sucesso em agosto de 1960.

Tião com sua habilidade e destreza criou inúmeras introduções e arranjos ao pagode-de-viola, verdadeiras preciosidades. Mas Tião não parou por aí, desenvolvendo uma inconfundível batida, inovando com um estilo próprio. Na verdade Tião inventou uma forma original para os violeiros que cantam em dupla e usam como acompanhamento a viola e o violão. Na riqueza de ritmos e estilos Tião gravou moda de viola, cururu, cateretê, valseado, querumana e até tango.

E quando a música sertaneja se tornou mais urbana, ganhando outras influências, o violeiro se mostrou aberto a novas experiências e gravou guarânias, rasqueados e balanços. Ele nunca se preocupou com o gênero musical e sim com o que as pessoas queriam ouvir.

Tião também aprimorou o estilo de cantar em dupla. A segunda voz que é a mais grave era colocada com mais destaque do que a primeira. Estilo que depois foi seguido por várias duplas.

O saldo desta carreira de sucesso: 25 discos 78 rpm com Pardinho e Carreirinho, mais de 50 LPs com variados parceiros, dois LPs em solos de viola caipira e mais de 300 composições com os mais importantes nomes – Teddy Vieira, Dino Franco, Moacyr dos Santos, Zé Carreiro, Zé Fortuna, Carreirinho e Lourival dos Santos, amigo, conselheiro e companheiro mais constante.

Tião Carreiro foi também um dos grandes responsáveis pela popularização da música sertaneja, tirando-a dos programas sertanejos das rádios nas madrugadas e colocando-a nos teatros, rodeios, exposições e no horário nobre da televisão.

Ainda em vida teve o prazer de possuir a viola vermelha de Florêncio e o Violão de Torres. A viola foi cedida por Moreninho da dupla Moreno e Moreninho, e o violão ganhou de um amigo da cidade de São José do Rio Preto – Marco Aurélio Garcia, o Lelo, no dia 11/04/1992.

Tião Carreiro se foi como os grandes mestres, antes da hora, vítima de complicações advindas da diabetes que lhe consumiu lentamente, sem compreender a dimensão e o alcance de seu trabalho. Porém conseguiu o que todo artista sonha – compôs com os melhores letristas, tocou seu instrumento como poucos e cantou como ninguém, era um músico completo. Honrou, sem dúvida a herança recebida de seu pai.

José Dias Nunes, Tião Carreiro, faleceu dia 15/10/1993, e foi Sepultado no cemitério da Lapa, onde foi construído um memorial em sua homenagem e que todos os dias de finados , inúmeros fãs se reúnem em volta do túmulo do artista e passam horas e horas cantando seu repertório e relembrando alguma passagem de sua carreira.

As particularidades de Tião Carreiro

Tião Carreiro, habilidoso tocador de viola, um dos maiores violeiros brasileiros, com seu carisma e talento , exercicia uma magia sobre a pessoas, tendo conquistado um público fiel, que mesmo após dez anos de sua ausência física, continuam cultuando o ídolo.

Tinha um carinho especial pelos fãs, era atencioso com eles, apesar de sisudo, possuía uma doçura embaixo da aparência carrancuda.

Soube cultivar grandes amigos e também conserva-los sempre, homem de aparência séria, as vezes tímido, mas ao mesmo tempo desinibido enfrentava grandes platéias.

Aonde chegava era rodeado de pessoas, que se encantavam com seu jeito autêntico de ser, sua humildade, suas histórias cômicas, folclóricas, exagerando nas coisas propositalmente.

Seu time o Corinthians, sua religião católico não praticante mas devoto de de N.Sra. Aparecida, e acreditava em benzimentos também.

Adorava se vestir bem, jóias, bons perfumes, bons carros, e assistir corridas de cavalos.

Não bebia como todos diziam, muito pelo contrário , guardava os whiskes e pingas que ganhava e formou um coleção de bebidas que gostava de mostrar aos amigos.

O Pagode

Tião Carreiro tocava viola desde jovem, mas era inconformado sempre procurando novas formas de tocar, foi aí que inventou um ritmo diferente, em que a viola batia cruzado com o violão, numa mistura de recorte do catira lento com o recortado mineiro mais expressivo.

O pagode foi criado por Tião Carreiro na rádio cultura de Maringá/PR; Tião começou a bater com sua viola e conseguiu fazer a junção da viola com o violão na mesma gravação.

Chegando em São Paulo, tocou a fita para o Lourival dos Santos – consagrado compositor sertanejo e Teddy Vieira e estes ao ouvi-la , comentaram, parece um pagode – pagode em Minas Gerais era baile, e estava batizado o novo ritmo, e Tião Carreiro tornou-se “O Rei do Pagode”.

O primeiro pagode a ser gravado foi “Pagode em Brasília."(e não Pagode como havia constado).

Na cultura da música raiz , o Pagode sertanejo é hoje um dos ritmos mais tradicionais, tendo projetado Tião Carreiro por seu toque marcante e inconfundível , passando a enriquecer a lista dos ritmos regionais.

(biografia produzida por Alex Marli Dias - filha de Tião Carreiro com a colaboração de Cléber Toffoli e Eliana Arens).